29 junho 2009
24 junho 2009
Carta aberta às autoridades brasileiras de educação
Tomo a liberdade de reproduzir carta que li hoje, no blog dos quadrinhos. Os autores convidam os leitores interessados em também assinar a carta que o façam no espaço dos comentários, no blog.
"Temos visto com muita ressalva atitudes recentes de retirada de obras em quadrinhos do norte-americano Will Eisner de bibliotecas de escolas. Entendemos tratar-se de um exemplo de desconhecimento sobre o conteúdo do material.
Levar tal material à escola corrige um equívoco histórico no Brasil. Houve uma época no país em que os quadrinhos eram nocivos somente por serem quadrinhos. A censura a eles escondia motivos de ordem política e comercial.
Retomar tais discursos, calcados na falta de argumentos sólidos, revive o fantasma de 60, 70 anos atrás.
Assim como a literatura, os quadrinhos são forma de leitura autônoma, com forte eco entre os alunos, como confirma a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2008.
O argumento de que os livros de Eisner são inadequados ao estudante do ensino médio, a quem foram direcionados, é frágil e revela uma leitura equivocada e parcial do conteúdo, resumido a poucas cenas.
“Um Contrato com Deus e Outras Histórias de Cortiço”, “O Sonhador” e “O Nome do Jogo” mostram histórias de vida, ambientadas nos EUA nas décadas iniciais do século 20.
As situações que podem agredir a uns integram a realidade vivida pelo autor, que passou a infância e a juventude na mesma época, nessas situações.
Apesar das dificuldades, Eisner, falecido em 2005, tornou-se um dos mais respeitados autores de quadrinhos do mundo.
São dele alguns dos primeiros romances gráficos produzidos nos Estados Unidos. O gênero encontra em 2009 várias publicações produzidas por autores brasileiros.
A escola tem a função de levar o mundo ao estudante por meio de leituras e de práticas de letramento, inclusive visual.
Os três quadrinhos em pauta oferecem tais conteúdos, acentuados se direcionados aos alunos por meio de práticas pedagógicas afins.
Reiteramos a qualidade das três obras do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) e defendemos que podem, sim, ser levadas aos estudantes do ensino médio.
E devem integrar bibliotecas escolares, e não serem retiradas dela. O simples controle de empréstimo das obras resolve as questões de acesso a alunos das séries iniciais.
Os argumentos em contrário têm se mostrado infundados, fruto de receio e não de fatos. Dos pontos de vista do conteúdo e pedagógico, oferecem rico material a ser usado com os alunos."
Assinam a carta os doutores
Elydio dos Santos Neto, docente-pesquisador do mestrado em Educação da Universidade Metodista de São Paulo.
Gazy Andraus, professor da Unifig (Centro Universitário Metropolitano de São Paulo) e vencedor do Troféu HQMix, em 2007, na categoria melhor doutorado.
Paulo Ramos, jornalista e professor adjunto do curso de Letras da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo). É autor de “A Leitura dos Quadrinhos” (2009) e co-autor de “Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula” (2004).
Roberto Elísio dos Santos, professor de comunicação da USCS (Universidade de São Caetano do Sul). É autor de “Para Reler os Quadrinhos Disney” (2002) e um dos organizadores de “Mutações da Cultura Midiática” (2009).
Waldomiro Vergueiro, livre docente em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP e um dos organizadores do livro “Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula” (2004).
"Temos visto com muita ressalva atitudes recentes de retirada de obras em quadrinhos do norte-americano Will Eisner de bibliotecas de escolas. Entendemos tratar-se de um exemplo de desconhecimento sobre o conteúdo do material.
Levar tal material à escola corrige um equívoco histórico no Brasil. Houve uma época no país em que os quadrinhos eram nocivos somente por serem quadrinhos. A censura a eles escondia motivos de ordem política e comercial.
Retomar tais discursos, calcados na falta de argumentos sólidos, revive o fantasma de 60, 70 anos atrás.
Assim como a literatura, os quadrinhos são forma de leitura autônoma, com forte eco entre os alunos, como confirma a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada em 2008.
O argumento de que os livros de Eisner são inadequados ao estudante do ensino médio, a quem foram direcionados, é frágil e revela uma leitura equivocada e parcial do conteúdo, resumido a poucas cenas.
“Um Contrato com Deus e Outras Histórias de Cortiço”, “O Sonhador” e “O Nome do Jogo” mostram histórias de vida, ambientadas nos EUA nas décadas iniciais do século 20.
As situações que podem agredir a uns integram a realidade vivida pelo autor, que passou a infância e a juventude na mesma época, nessas situações.
Apesar das dificuldades, Eisner, falecido em 2005, tornou-se um dos mais respeitados autores de quadrinhos do mundo.
São dele alguns dos primeiros romances gráficos produzidos nos Estados Unidos. O gênero encontra em 2009 várias publicações produzidas por autores brasileiros.
A escola tem a função de levar o mundo ao estudante por meio de leituras e de práticas de letramento, inclusive visual.
Os três quadrinhos em pauta oferecem tais conteúdos, acentuados se direcionados aos alunos por meio de práticas pedagógicas afins.
Reiteramos a qualidade das três obras do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola) e defendemos que podem, sim, ser levadas aos estudantes do ensino médio.
E devem integrar bibliotecas escolares, e não serem retiradas dela. O simples controle de empréstimo das obras resolve as questões de acesso a alunos das séries iniciais.
Os argumentos em contrário têm se mostrado infundados, fruto de receio e não de fatos. Dos pontos de vista do conteúdo e pedagógico, oferecem rico material a ser usado com os alunos."
Assinam a carta os doutores
Elydio dos Santos Neto, docente-pesquisador do mestrado em Educação da Universidade Metodista de São Paulo.
Gazy Andraus, professor da Unifig (Centro Universitário Metropolitano de São Paulo) e vencedor do Troféu HQMix, em 2007, na categoria melhor doutorado.
Paulo Ramos, jornalista e professor adjunto do curso de Letras da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo). É autor de “A Leitura dos Quadrinhos” (2009) e co-autor de “Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula” (2004).
Roberto Elísio dos Santos, professor de comunicação da USCS (Universidade de São Caetano do Sul). É autor de “Para Reler os Quadrinhos Disney” (2002) e um dos organizadores de “Mutações da Cultura Midiática” (2009).
Waldomiro Vergueiro, livre docente em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo e professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É coordenador do Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP e um dos organizadores do livro “Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula” (2004).
22 junho 2009
Graffiti 19: lançamento
Maja Veselinovic assina a capa desta edição.
Participam desta edição 13 autores: Maja Veselinovic, Eloar Guazzelli, Aleksandar Zograf, Bruno Azevêdo e Pablo Mayer, Alves, Guga Schultze, Melado, Fabiano, Piero, Sylvio Ayala, João Pinheiro, Marcos Malafaia e Luciano Irrthum.
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19 junho 2009
17 junho 2009
10 junho 2009
09 junho 2009
Idioteens
Os jovens estão mais estúpidos porque o que lêem é uma merda, ou o que os jovens lêem é uma merda porque eles estão mais estúpidos?
A resposta talvez possa ser obtida com mais esta pérola editorial, "Luluzinha Teen", da Ediouro (que, não sei porque, estava melhor quando fazia apenas revistas de caça-palavras).
Luluzinha, uma das mais inventivas e extraordinárias personagens dos quadrinhos, foi vomitada em versão mangá adolescente, com direito a participação da cantora Pitty nas páginas da revista. O que diriam Marge, sua criadora, e John Stanley, que eternizou a personagem, criando todo o seu universo lúdico e fantástico, e que alimentou a imaginação de várias gerações de crianças e jovens, se vissem esta baboseira?
Dentre outras atrocidades, em "Luluzinha Teen" a personagem abandona seu caráter, sua roupa, seu jeito de se vestir e sua alma. Passa a falar e agir como se estivesse no seriado Malhação. Deixa de ser uma menina inteligente e pura e se torna uma adolescente emburrecida pela televisão, pela internet e pelos novos tempos. Com sua amiga Aninha a situação é pior: ela é uma "geek". O perspicaz, gordo e comilão Bolinha, co-protagonista da série, torna-se um playboy magro e vazio. Certamente daqueles que vão à boate surrar os outros.
Onde estão as bruxas Alceia e Memeia? E seu Miguel, o caça-gazeteiros? E o Vovô Fracolino? E o clube dos meninos, onde menina não entra? Onde estão a essência e a originalidade da história? Para quê mexer em obra de arte?
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