10 setembro 2007

Anteprima


Aí vai um quadro da história que vou apresentar para Graffiti 16 (sim, está a caminho...). É o primeiro episódio de uma série ambientada no século XII, um período histórico muito rico (é só pensar em Dante, São Francisco, Giotto, os templarios, os heréticos, a inquisição....) e pouco explorado pelos quadrinhos. Esta HQ marca também minha volta aos roteiros. Desde a número 8, com Tupac Amaru, não apresentava à Graffiti uma história com argumento e textos meus. Acredito que minha parceria com outros roteristas e argumentistas (principalmente Fabiano) tenha ajudado bastante...

05 setembro 2007

Mutarelli no cinema de novo

Acabo de saber (através do Neorama dos Quadrinhos) que o Diomedes vai virar gente.

Quer dizer, mais uma obra do quadrinista e escritor Lourenço Mutarelli vai ser adaptada para cinema. Desta vez, será O Dobro de Cinco, o primeiro dos quatro volumes da saga do impagável e carismático detetive Diomedes.

Para mim, estes quatro volumes formam não só a melhor coisa que o Mutarelli já fez, como devem constar entre as melhores obras da história do quadrinho nacional.

Ainda segundo o Neorama (neorama.com.br), Cacá Carvalho, grande ator do teatro e da TV, será o intérprete de Diomedes.

Uma dúvida, porém: será que a idéia é adaptar apenas O Dobro de Cinco (onde a trama, embora autoconcludente, apenas se inicia), ou a pretensão é já por uma série também no cinema, a exemplo dos blockbusters hollywoodianos?

02 setembro 2007

Tintim e os nossos tempos (2)


Complementando as ótimas considerações do Fabiano (neste blog no post de julho) sobre a ação judicial apresentada na Belgica contra a história Tintim no Congo, o site italiano www.afnews.info informa que a mesma ação foi inoltrada (e refutada) na Suécia. Para os interessados, o site traz um link onde é possível descarregar a versão pdf desta controversa HQ do Hergé: http://www.amazon.fr/exec/obidos/ASIN/2203001011/ref=ase_afnews-21/402-7967829-3466556

01 setembro 2007

Variaçoes sobre duas cores

Há uma escola francesa que sugere um emprego racional da cor na produção dos quadrinhos. É o seguinte: o ponto de partida são as cores primárias: amarelo, magenta, ciano e suas combinações percentuais. Exemplo: se para colorir uma página decido utilizar uma cor laranja, composta de 30% magenta e 70% amarelo, para complementar esta cor utilizarei um roxo composto de 30% magenta e 70% ciano (ou então um verde com 30% ciano e 70% amarelo). Os outros tons a serem utilizados serão uma combinação destas cores (p.ex. 10% laranja e 90% roxo, ou 40% laranja e 60% roxo...) e suas combinações graduais com branco ou preto. Taí uma forma símples de utilizar duas cores complementares para colorir nossas HQ's sem criar dissonância. Uma apresentação mais extensa e ilustrada desta técnica pode ser procurada nas postagens de junho do blog http://specasilvio.blogspot.com/

O direito de errar


'Os jovens têm o dever de errar'
Corto Maltese: MU

'Se eu erro entendo que sou, pois aquele que não é não pode errar e, pelo fato que erro, sinto que sou.'
Santo Agostinho.

Entre as considerações sobre o papel do educador na sala de aula elaborei, sempre para o Projeto Para Jovens, a seguinte reflexão:
As palavras que a criança mais ouve são 'não', 'não pode', 'isto não se faz'. Se deixamos uma crianças brincar com nossos livros, após ter rasgado algumas capas até um neném de poucos meses pode se tornar perito no manuseio de uma publicação. Porque não convidarmos, então, as crianças para ajudar na cozinha ou lavar roupa? Mesmo que isso seja mais empenhativo para a gente (evidentemente precisamos monitorar algumas experiências), um prato sujo não se compara a um exercício que pode ser significativo na vida. Para um desenvolvimento saudável do indivíduo precisamos expandir os limites e não impor restrições.

Mesmo assim, na escola, no trabalho e na vida quem erra é penalizado. Numa oficina de arte, porém, o erro pode ser instrumento precioso de aprendizagem. O erro não pode ser ensinado, é uma descoberta individual que implica experiência e desenvolvimento da criatividade na busca de soluções pessoais. O acidente, o imprevisto, o inesperado, exerceram um papel fundamental na história do homem. Estes elementos são o ponto de partida de todas as histórias. O educador deve considerar esta variável como uma alternativa à imposição de um conhecimento presumido, uma possibilidade para experiências que podem resultar numa formação do jovem e do próprio professor.

Errar nos devolve à nossa condição humana e nos livra da perfeição (a tal 'defendida pelo goleiro'), atributo cada vez mais promovido pela industria de consumo através de filtros e maquiagens. Por isso deveríamos ensinar apenas aquilo que verificamos com a nossa experiência pessoal, sabendo que algumas soluções costumam ser válidas apenas numa ocasião.