29 abril 2008

Meus favoritos - 4


Na época causou impacto e até hoje, apesar de desbotado, este painel chama a atenção: pela localização - ao lado do viaduto Sta Tereza, esquina com a Rua da Bahia - e pelo trato hiper-realista, que atesta a tendência da leva dos grafiteiros 'old scool recente' (lá vai mais uma etiqueta, para indicar a geração de grafiteiros ativa no começo de 2000) em preterir cada vez mais às letras os desenhos. Writer mesmo, hoje, é pichador, que desenvolve adereços e soluções gráficas interessantes para as letras, como já disse aqui.

25 abril 2008

Liberdade


Enquanto nenhuma notícia chega (ainda) sobre a Graffiti n. 17, a Rupestre, versão street art da Graffiti, continua trabalhando na produção da exposição Liberdade, que vai apresentar cerca de 130 obras produzidas pelos alunos das oficinas de grafite do programa Fica Vivo!. A mostra será realizada no foyer do Grande Teatro do Palácio das Artes entre 21 e 31 de maio. Na imagem, um detalhe do banner de 10 metros que preparamos no atelier do Cabana.

15 abril 2008

Um dia uma morte, epilogo


três meses e algumas semanas de atraso depois da publicação do primeiro episódio do álbum 'Um dia uma morte' no site da graffiti a novela gráfica de Fabiano Barroso e Piero Bagnariol chega ao fim. Os nove episódios desta história estão agora disponíveis para leitura online. Pretendemos dar continuidade à iniciativa disponibilizando, aos poucos, todo nosso acervo...

14 abril 2008

Meus favoritos - 3

Aí vai mais dois registros sensacionais:
o primeiro demonstra que entre pichação e arte conceitual pode não haver nenhuma diferencia

O segundo é poesia pura

Nada mais a declarar...

13 abril 2008

Meus Favoritos - 2

Ainda bem que alguém (Fabiano) fala de quadrinhos neste blog... do meu lado vou continuar com o registro dos painéis grafitados que mais chamaram minha atenção na cidade, como este, da av. dos Andradas, que teve a participação pelo menos do Dalata. Gostei em particular da mulher, realizada com um traço que lembra Egon Schiele:

Este outro, ao lado do viaduto Sta Tereza, vale mais pela foto: a janela de um distribuidor de bebidas localizado abaixo do nível da rua se abre no meio do painel e confere um aspecto meio que surreal ao lugar.

04 abril 2008

Para Estrangeiro Ver_3


E a página 3.

À luz dos tempos, passados 9 anos, reflito: bem que o Fernando poderia ter caprichado mais nessa bunda.

Para Estrangeiro Ver_2


E aí vai a página 2.

A memória vai ficando mais acessível à medida que se posta. A história foi classificada, participou da mostra, mas evidentemente não ganhou.

Pesa a nosso favor o fato que os primeiros lugares ficaram com Marcelo Gaú, Mutarelli e Flávio Colin.

Para Estrangeiro Ver_1


Ok, estou perdendo a parada. Até o Rafael anda postando neste blog, e eu vou ter que pagar uma bateria de cervejas pro Piero....
Então, como perdido por um perdido por mil, aí vai uma antiga história em quadrinhos, feita em parceria com o Fernando Rabelo, amigo dos velhos tempos e eventual colaborador da Graffiti.

Tá certo que esta história, que fizemos para o concurso do FIQ 1, às vésperas do Brasil completar 500 anos, anda meio datada. E é um pouco rancorosa, reflete as emoções daquele momento. É correto afirmar também que ela jamais será publicada.

Mas é bonita, e merece um olhar.

Arquetipos e grafite: a suástica

A suástica é um tipo particular de cruz (cruz gamada) presente nas representações gráficas do homem desde a antiguidade. Ela indica o movimento de rotação a partir de um centro imóvel, remete à fundação das cidades e é associada a figuras como o labirinto e a espiral - principalmente a espiral dupla. Nas pinturas rupestres já está presente por volta de 6000 aC nas inscrições dos Camuni, associada a símbolos astrológicos:

A espiral pode ser dextrógira ou levógira, ou seja, pode rodar para direita (neste caso é associada ao sol) ou para esquerda (associada a lua), como indicado nesta representação medieval inspirada na tradição hindu.

A suástica levógira é lembrada hoje negativamente por ter sido adotada como símbolo pelos nazistas, mas seu emprego, como vimos, é bem mais antigo e remete a percepção e representação gráfica de fenómenos da natureza.
Dentro da ideia do graffiti como prática atemporal que emprega signos universais em contextos distintos ao longo da história, a suástica aparece então como recurso gráfico para enfeitar, por exemplo, o braço horizontal das letras e criar a impressão de movimento:

Nestes exemplos é mais evidente a relação do elemento horizontal gamado com a dupla espiral.

No caso abaixo, registrado em Belo Horizonte, uma suástica complementa uma letra 'M'. Pelo contexto não parece que o autor tenha tido a intenção de fazer apologia ao nazismo. É possível que o símbolo tenha sido empregado apenas como artifício gráfico ou por remeter a algo condenado pela sociedade, reforçando então o caráter depredatório da pichação.

De uma maneira geral a suástica e o braço gamado pertencem a uma fase recente da pichação. Os pichadores parecem hoje mais preocupados com a estética das letras - que deixaram inclusive de serem herméticas e ficaram mais inteligíveis para os leigos - e acrescentam símbolos e recursos gráficos singelos que revelam a influência do grafite (se é que realmente há uma diferencia entre os dois). Mesmo assim as formas da pichação continuam mais próximas da escrita e da abstracção dos signos que do desenho propriamente dito, tendência esta cada vez mais acentuada no graffiti contemporâneo se comparado ao dos anos oitenta.

03 abril 2008





Salve aí vão uns graffitis argentinos, super politizados e espalhados por todo centro de buenos aires