14 abril 2009

... para falar em música

...lembrei desta bela consideração de José Muñoz, perguntado sobre como 'transpor a música nos quadrinhos' o mestre argentino dizia em entrevista publicada na graffiti 4:

"Acho que é um pouco aquele arrepio nas costas que me dá um acorde musical, a passagem de uma sfumatura para outra numa pintura, num desenho riuscito, um pescoço que crio, uma expressão válida que crio e que casa com aquele pescoço quando há uma paisagem na qual as arvores são tremulantes, fremindo no espirito de quem os desenhou. Quando você entra assim no estado do movimento, ali você alcança, como dizer, através da exploração da linguagem... acho que neste caso a música se alcança num contraste particular, acho que numa pincelada do Pratt ou num traço do Breccia eu posso encontrar um acorde musical conseguido. A música do Pratt são as luzes e as sombras, alí e dentro. Logo quando nós fazíamos a Billie Holiday havia como uma orquestra que batia dentro de nós ao ritmo da sua música, nós éramos levados pelo seu ritmo.
Pelas diferentes linguagens que temos em nós podemos individuá-lo."


Billie Holiday de Muñoz e Sampayo

Um comentário:

H.A. Rodriguez disse...

nunca consegui, de fato, escrever uma hq musical, apesar das tentativas! valeu!