26 maio 2008

Adeus aos textos de quadrinhos

Amigos, a partir de hoje não escrevo mais sobre quadrinhos neste blog.

Não posso, definitivamente, fazer frente a outros sites e blogs que tratam do tema. Seus autores, em alguns casos, até não escrevem bem. Mas são, invariavelmente, mais versáteis do que eu. E mais prolíficos. Escrevem aos borbotões, enquanto, com a desculpa da falta de tempo, eu posto um artigo a cada estação do ano.

E são mais atualizados. Parei no tempo, leio quadrinhos obscuros de editoras estranhas e países às vezes desconhecidos. Meus ídolos são Henfil, Goscinny, Pazienza, Fontanarrosa, Alan Moore, Berardi e Tiziano Sclavi. Dos novos, gosto do Joe Sacco, daquela menina que escreveu Fun Home e do nosso Guazzelli. E de Persépolis, que caiu no gosto de todos por causa do filme - que eu não vi.

Desprezo e ignoro quadrinhos estéreis: super-heróis se repetem há pelo menos duas décadas, em uma fórmula esquizofrênica e auto-destrutiva. Do gênero, aprovo - ainda hoje - Jack Kirby, Jonh Buscema em Surfista Prateado (o herói mais mal-aproveitado do cinema), Ditko e Romita em Homem-Aranha (o herói que obteve melhores resultados nos quadrinhos), Frank Miller em Demolidor, Jonh Byrne nos X-Men e o Batman gótico de Neal Adams, Carmine Infantino e Gene Colan. E mais uns caras da infância: Bernie Wrightson (putz, Monstro do Pântano!), Gil Kane, Paul Gulacy (lia Mestre do Kung Fu, personagem estúpido, por causa dele) e Barry Windsor-Smith.

Hoje, até tento ler uma revista de super-heróis, porém, ao folheá-la, sinto que algo se perdeu. Não entendo nada, e imediatamente deixo a revista de lado.

O mesmo ocorre com os mangás: salvo exceções, sou incapaz de decifrar o que se passa ali. Me sinto fora do tempo e do espaço, como um idoso que lidou com máquinas de escrever remington e que, de repente, precisa saber o que são files e teclas ctrl.

Por isso, vou deixar o tema quadrinhos aos experts - não há ironia aí, tampouco "dor-de-cotovelo".

Falarei de outras coisas, com o espírito livre e o descompromisso típico de um amador. Os quadrinhos - parte integrante da minha vida - certamente roçarão o teor dos textos, mas não serão protagonistas.

Abraço
Fabiano

2 comentários:

Guga Schultze disse...

Fabiano, só agora estou lendo seu texto de adeus aos comentários sobre quadrinhos. Mas o que li desceu redondo. Como você, não acompanho mais e, pra falar a verdade, não quero acompanhar a explosão infanto-juvenil da novíssima mesmice de sempre, nem a esquizofrenia dos mongolóides dos mangás. Mas continue produzindo quadrinhos, véio! Abraços! Guga

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado