30 agosto 2007

A arte e a vida


Será lançada, nos EUA, uma grande biografia de Charles Schulz, criador da tira Peanuts (conhecida no Brasil como Snoopy ou, de vez em quando, Charlie Brown). Dizem ser o melhor e mais completo relato já publicado sobre este artista genial.

Para mim, Peanuts é um divisor de águas na história das tiras de jornal.

Primeiro, porque sua força e originalidade resultavam de uma simplicidade ímpar - ao contrário de Krazy Kat e Pogo, por exemplo, que tinham arte e temática bastante sofisticadas. Os traços trêmulos, infantis e inseguros, aliados à singeleza de um mundo dominado por crianças - embora, na maior parte do tempo, elas pensassem como adultos - fazem de Peanuts uma obra extremamente cativante. Importante dizer que seu público sempre foi formado por gente de todas as idades.

E segundo, porque o impacto e a popularidade da tira fizeram de seus personagens garotos-propaganda de uma sorte imensa de itens de consumo, nos mais variados níveis e em todas as partes do mundo. Peanuts fez os quadrinhos mergulharem de cabeça, e definitivamente, no mundo do merchandising. Se isso foi bom ou não é um outro assunto. O fato é que, por muitos anos, Schulz foi o criador de quadrinhos que mais ganhou dinheiro com o negócio.

Segundo o Universo HQ (www.universohq.com), o livro, publicado pela editora Harper, se chama "Schulz and Peanuts: A Biography", e sai em outubro. Quem sabe uma editora (conrad?) não se dispõe a traduzi-lo?

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